2017
O futuro da política sexual no Brasil após o fortalecimento dos estudos de masculinidades
David Emmanuel da Silva Souza
A presente pesquisa tem como temática os estudos de masculinidades e suas implicações epistemológicas
para o direito brasileiro. O fortalecimento dos estudos de masculinidades nas pesquisas de gênero agrega argumentos para reconhecer e criticar a hegemonia dos homens vinculada ao Direito. No tocante à metodologia, se apresentam duas etapas: revisão de literatura dos estudos de masculinidades, que proporciona pensar criticamente a construção social do gênero masculino e os reflexos de suas práticas na produção de política sexual no Brasil; na fase empírica, se buscam os pontos de transformações destas relações sexuais e sociais que foram incorporadas pelo Direito, para verificar se elas funcionam como elementos reconfiguradores do masculino. No primeiro capítulo, partindo do pressuposto de que os homens também estão inseridos na produção da sexualidade, vislumbra-se essencial descrever as transformações ocorridas nas masculinidades no decorrer da história a partir da modernidade, para compreender que a construção da masculinidade não é um processo linear, tampouco imutável, devendo, pois, ser compreendida como uma construção social, cultural e simbólica passível de ser criticada. No segundo capítulo apresentam-se as literaturas sobre a socialização violenta dos homens, que constrói a identidade masculina em contraposição à identidade feminina, como forma de visualizar a precariedade da produção da masculinidade que é repleta de contradições internas. Nesse sentido, se apresenta o conceito de masculinidade hegemônica que problematiza a manutenção da estrutura de hegemonia dos homens, mantida pela homossocialidade forjada como critério de validação das relações entre homens. No terceiro capítulo, discute-se a política sexual na modernidade, apresenta-se o material coletado na fase empírica e o analisa a partir das categorias de igualdade, relações familiares e paternidade, violência contra a mulher, participação política, racismo e saúde do homem. Por fim, buscase com o fortalecimento dos estudos de masculinidades ampliar o alcance das críticas ao futuro da política sexual no Brasil.