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Análises das propostas institucionais e possibilidades normativas para a igualdade de gênero na ciência

Comparação entre a Universidade de Wuppertal e a Universidade Federal Fluminense

2022

Natália Caroline Soares de Oliveira

A representação de grupos sub-representados nas esferas políticas e de poder é hoje um dos principais temas discutido por autoras e autores de diferentes áreas. A sub-representação, a discriminação e a opressão das mulheres podem ser observadas em diferentes espaços de atuação. Essa problemática serviu como base para que pensadores e pensadoras, como Carole Pateman, Susan Okin, Nancy Fraser, Jürgen Habermas, Seyla Benhabib dentre outros, formulassem suas teorias e análise sobre a possibilidade de inclusão desses grupos no debate público e na formulação de mecanismos possíveis para essa transformação das estruturas excludentes. Essa exclusão e sub-representação ocorrem em diversos setores da sociedade, e, nas universidades, não seria diferente. Partindo dessa problemática, a pesquisa se orientou pela seguinte pergunta central: de que forma podemos avançar o entendimento crítico a respeito da representação das mulheres em espaços públicos institucionais, a partir da análise da participação e da atuação das mulheres na ciência? O objetivo geral era entender como os estudos relacionados à ideia de representação e de gênero podem, por meio da construção de políticas institucionais, conduzir a uma igualdade participativa das mulheres no âmbito da ciência e das universidades. Para isso, a pesquisa utilizou categorias de análise pensadas a partir dos estudos de gênero e do movimento feminista, a fim de que, em um segundo momento, fosse possível analisar o cenário de introdução do gênero nas políticas públicas, em especial após a Plataforma de Beijing 95, para, assim, realizar a apresentação dos casos utilizados para a análise comparativa entre a Universidade Federal Fluminense e a Universidade de Wuppertal. No Brasil, a análise ocorreu no cenário de introdução do gênero nas políticas públicas com a criação das Secretarias de Políticas para as Mulheres (SPM) e com a problemática em torno da inserção do termo gênero no Plano Nacional de Educação. A análise do caso da Universidade Federal Fluminense ocorreu por meio do Grupo de Trabalho Mulheres na Ciência, que atua na promoção e na criação de ações de combate à sub-representação das mulheres na ciência. No cenário alemão, foram analisadas as políticas públicas desenvolvidas no estado do NRW, os programas federais alemães que promoveram a igualdade e a representação das mulheres nas universidades alemãs e o caso da Universidade de Wuppertal com o Escritório de Igualdade e Diversidade (Gleichstellung und Vielfalt) responsável pela inclusão e pela promoção das mulheres e das questões de gênero no âmbito universitário. A metodologia utilizada nessa pesquisa é qualitativa-quantitativa, com um método descritivo e comparativo, uma revisão bibliográfica, uma análise de dados e de entrevistas semiestruturadas. O estudo mostrou que a representação e a integração do gênero nas ações e nas políticas públicas institucionais voltadas para a promoção das mulheres na ciência, bem como uma mudança normativa da ideia de igualdade de gênero, são necessárias para se pensar uma participação paritária que inclua as mulheres na esfera pública e promova a superação das desigualdades de gênero.

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