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Privacidade, Liberdade Sexual e Sigilo: sentidos de liberdade no aplicativo Grindr

Revista Interfaces Científicas, v. 8, p. 99-116, 2020.

Resumo

O aplicativo Grindr possibilita a interação entre homens que buscam por homens e favorece um público de usuários que almejam contatos sexuais sigilosos. Para além das várias possibilidades de comportamento e de compreensões sobre sentidos de liberdade, o presente artigo questiona a forma como a privacidade está disposta na busca de usuários por parceiros no Grindr e que permite um específico sentido de liberdade sexual, a de promover encontros sexuais desidentificados, sigilosos e secretos. O objetivo é compreender como os perfis anônimos e que exigem sigilo vivenciam a sexualidade por meio do aplicativo e como isso engloba uma específica forma de se ler a liberdade sexual homossexual, enquanto espaço sigiloso e afastado do conhecimento e aceitabilidade pública. Assim, a metodologia é composta pela observação de trinta perfis na cidade de Juiz de Fora, em conjunto com uma revisão bibliográfica. A análise dos perfis indica que há uma variedade de performances de masculinidades na rede e que a privacidade é o que possibilita a experiência sexual de muitos homens que estão inseridos em contextos pessoais e socioculturais de naturalização da heterossexualidade e do masculino hegemônico e de subordinação das identidades desviantes, fazendo do aplicativo Grindr um espaço privilegiado para a execução de sua liberdade sexual sigilosa, sem assunção de outros aspectos ligados à sexualidade homossexual, como a luta por publicidade e aceitabilidade social.

Palavras-chave

Grindr, Privacidade, Liberdade, Sexualidade

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